terça-feira, 28 de dezembro de 2010

QUE TEMPO É ESSE?

È tempo de encontrar,
È tempo de conhecer,
È tempo de curtir,
È tempo de beijar,
È tempo de sonhar,
È tempo de olhar pra si,
È tempo de olhar pro outro,
È tempo de se perceber,
È tempo de perceber outro

Tempo... Tempo... Tempo...
de querer bem,
de querer perto,
de querer dentro,
de sentir,
de entender,
de esquecer,
de renovar
afirmar e
reafirmar
que esse é o tempo,
o melhor tempo,
o único tempo.
E quem vai direcionar o ritmo e a intensidade desse tempo somos nós!

È tempo de querer ontem,
de querer hoje,
amanhã
e depois
e depois
e depois de depois ...

*Para a luizinha verde que ilumina um pedaço do meu céu.
02-02-2010

RAD-ARES

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não haveria nada mais puro
que aquelas palavras.

é quase cedo
é quase Sol.

Ele vai trazer a Ela
um recado, um recado daqueles
que vêm em garrafas no mar
daqueles que vêm no vento

fora, certa vez, pedido à Lua
mas quem o trará
é o Sol

que quer o Sol Dela?
pobre Lua, que de tão só
acostumou-se a ter
o seu próprio caminho

ninguém gira em torno Dela.
apenas Ela
a observar o mundo
ao Seu redor.

eis que um dia
não, não era dia
era quase dia
porque dia se faria
ao seu raiar, na chegada Dele.

pois eis que chegou o Sol
e, intrometido que é,
pôs-se a trazer recados
que somente dizem respeito
à Ela.

mas Ela, que generosa por demais
que muito sabe o que é ser só
entendeu que aquele recado
já lhe significava muito.

a Lua então fez-se Sol.
a Lua, embora esteja a Oeste
sabe que no Leste também há luz.

justo?
por que não podem
o Sol e a Lua
ser?

ao lembrar de tudo o que sentiu
Ela então aceitou.

Ela entendeu
que aquelas palavras
seriam para sempre
como as garrafas no mar.

em Seu coração
tudo o que Ela somente quer
é poder seguir
soltando palavras ao vento

Seu sonho: que todas elas retornem
e venham direto pro Seu mundo
só assim não ficará mais só.

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Incandescente

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quem é você
e o que me dizes?

de onde vieste?
e por que assim fazes?

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não,
não é justo.
não justo haver alguém
como tu
de repente
e plenamente de repente.

não é justo envolveres o Sol
não é justo me permitires dizer
e me permitires ser
não é justo!

não é justo me permitires
mostrar o que sou e o que tenho
e me fazer soltar todos os meus sonhos...

e mais

não é justo que correspondas
e que mostres que tu és
o que sou.

não é justo
não é justo que me leias...

não é justo que sejas
e também que não sejas.

não posso aceitar-te desta forma
porque o que tu causas em mim
não deveria ser causado por ti

não assim
jamais assim
em sua forma
como agora tu estás.

não,
não posso.

não posso
porque é tudo o que quero.

quero permitir que me causes explosões
quero permitir pensar aonde podes mirar
permitir dizer-te o que me vem quando me vem.

quero.

quero tanto
que todos os dias o peço à Lua
peço que me permita...
que me permita vivê-lo
que me seja real
que me seja completo.
e que me seja,
apenas...


.

SOM

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"aqui o pôr-do-sol
é mais bonito
o céu é bem azul
a chuva é mais doce
e as estrelas brilham.
aqui, meu coração pulsa."
 
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um espasmo literário

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Um espasmo da FELICIDADE
Por Diogo Borges


São tantos os medos que impedem de pensar o que é a FELICIDADE, seja de forma arbritária, extrovertida, orgulhosa, literária ou antropogênica. Mas o que me leva a escrever/ilustrar uma FELICIDADE? Seria uma gota de orvalho numa pétala de flor, sem tanta preocupação, que brilha tranquila e depois de leve oscila (TOM) ou querer a delícia de poder sentir as coisas mais simples (BANDEIRA). Por que me manifestar de forma poética e metafórica, complexar o que já complexo...? vamos eXculachar, xingar, ridicularizar, zuar, debochar e outros sinônimos que me levem nessa mesma energia.

Talvez a FELICIDADE seja um dos sentimentos mais imbéis (?) que o ser humano possa sentir. Se ri de tudo, mesmo que não faça sentido, que a piada seja a mais sem graça de todas, mas a forma que se vê/pensa/sente/escuta são indescritíveis. Apenas um sorriso no canto da boca, um brilhar no olhar, me diz que aquele infeliz está feliz.

LÁ LÁ LÁ LÁ LÁ... composição desarmoniosa, construção fonética de grande pobreza... E isso desencadeia um mover de corpos sincronizado, onde pernas não se confundem, onde a batida pertence à mesma do cardíaco, onde pés se encontram sem maior prudência... e ainda tem o pior... canto/encanto a tristeza com FELICIDADE. Tanto que, no acordar, essa sonoridade desperta a injuria de seres notados como conscientes, logo logo são contagiados ou repelidos por essa manifestação desconsertante.

Voltando aos meus argumentos hipotéticos, após um instantede espasmo... Talvez o sujeito que está no efeito da FELICIDADE, só será compreendido pelo sujeito que está no efeito da incompreensão. Como que é?! Também me confundi...! Ou será que isso pega? Para que não me torne mais imcompreensivo, cheguei numa incerta conclusão: “O feliz é igual a doido – apenas sorria, acene e corra o mais longe possível – irá te perseguir com suas construções fonéticas/desarmoniosas ritmadas até que atinja sua insanidade e que bata na palma da mão. Ou que responda com um riso o mais singular possível, sem limitar os extremos de sua face.

Portanto, ao encontrar um sujeito com o fenômeno FELICIDADE, siga as seguintes normais: 1) inveje-o 2) insulte-o 3)desvie o olhar.



PS: COLOQUE NO MODO SILENCIOSO, POIS SE FOR PERCEBIDO, TU SERÁS O PRÓXIMO A SER FELIZ.
 
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