quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Go to Marte

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Muitas vezes o coração
Não consegue compreender
O que a mente não faz questão
Nem tem forças pra obedecer
Quantos sonhos já destruí
E deixei escapar das mãos
Se o futuro assim permitir
Não pretendo viver em vão

Meu amor não estamos sós
Tem um mundo a esperar por nós
No infinito do céu azul
Pode ter vida em Marte

Então, vem cá me dá a sua língua
Então vem, eu quero abraçar você
Seu poder vem do sol
Minha medida
Meu bem, vamos viver a vida
Então vem, senão eu vou perder quem sou
Vou querer me mudar para uma life on mars

(...)


(j.)


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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Novo

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Eu morri. Morri há algum tempo, e ontem também. E hoje sinto como se minhas lembranças fossem apenas fatos dos quais tenho o conhecimento. Tal como saber a história. Fatos da história que me contaram e que guardei em minha memória. Mas que não necessariamente tenham ocorrido [em mim]. Morri porque todas as minhas células são novas. Morri porque não sou exatamente a mesma desde que nasci. Morri, e morro todos os dias. Eu morri simplesmente pelo fato de poder ter nascido, porque para nascer é preciso morrer, e o mesmo ocorro ao contrário. Assim mesmo - eu nasci. Nasci todas as vezes em que morri. Não é o caso de não ter necessariamente existido, não. Sim, eu existi. E existo até hoje! Mas reconheço que a morte vive. Durante todas as frações de tempo. E por isso vivo. Vivo a cada dia, renovo e renasço. Essa é a sina da vida [e da morte]. A água que corre não é a mesma, mais. O homem que se banha nela, também não é o mesmo que outrora banhara-se. Isso quem me disse foi alguém que também não é mais o mesmo.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Foi-se

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(um)
Vai chover de novo
Deu na TV
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza a ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim
Não vá pra lá
Meu coração vai se entregar
À tempestade...

(outro)
Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu
Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...

(santa chuva, m. c.)

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domingo, 15 de novembro de 2009

In peace

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(...)
Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E é nos teus braços
que ele vai saber

Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais
a tua insensatez

O que fazes sem pensar
aprendeste do olhar
E das palavras
que eu guardei pra ti

Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança
era por mim

Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes
não me julgues, não me tentes

O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto,
eu não sou assim

Ninguém sabia
e ninguém viu
Que eu estava
a teu lado então

Sou fera, sou bicho,
sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina

Mas sou minha, só minha
e não de quem quiser
Sou Deus,
tua deusa, meu amor

Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração
(...)


(primeiro de julho, r. r.)

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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

IN-DIFERENÇA

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nessa cidade
se aprende
a ser
indiferente.

..

nessa cidade
se aprende
a olhar nos olhos.

..

nessa cidade
se aprende
a ser
tolerante.

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