quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um manifesto, um simples manifesto.

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Preâmbulo: Caro(a) leitor(a), não veja o que aqui se segue escrito como uma única verdade absoluta. Isto é resultado de apenas uma expressão/explosão de sentimentos. E essa emoção passa, assim como um estado altíssimo de alegria e tristeza, ou como a própria uva, se desejar. Portanto, caríssimo(a), peço humildemente que leia, reflita se quiser, pense o que quiser, tire as conclusões que quiser, comente se quiser, mas - por obséquio - não tome como algo que irá se estender por toda a infinitude da eternidade, porque não, não irá, certo?

Primeiramente veja: não é um apelo. É um manifesto. E não é qualquer manifesto. E uma carta para todos. Todos eles. Mesmo que eu esteja muito, muito errada para alguns ou muitos. Para mim, é meu coração quem diz. E agora, neste exato momento, deixo a razão descansar, deixo ela pastar. Porque quem se dilacera, é meu coração.

Pois muito bem. Certa vez escrevi aqui, neste exato lugar, não o externo aonde me encontro, mas digo este no qual vos mostro minhas palavras com muitas e muitas pitadas de ingenuidade e revolta. Escrevi certa vez um belo texto, segundo aqueles que o leram, escrevi sobre "príncipes encantandos". E tudo o que eu disse ainda se segue junto a muita convicção até hoje.

Porém, "choques de realidade" existem. E neste exato instante me abstenho de qualquer afirmação concreta e cética sobre este assunto que eu porventura tenha manifestado - ao defender unicamente aquela visão, a do texto que coloquei outrora por aqui; Me rendo aos infortúnios pelos quais rondei; Me assumo em minha condição, e não. Não estou trazendo à tona nem uma gota de melodrama, absolutamente.

Todavia, disse. Disse tudo bem. Disse que não tinha problemas, e disse que quando um não quer, o outro simplesmente acata. Embora em se tratando de algo sólido não seja necessariamente assim; O diálogo ainda é a ferramenta mais ágil para processos semelhantes.

Digo aqui por estar sentindo. Por estar viva, por estar quente ainda pulsando, por estar.... Sim, quisera eu ter mais vocabulários - Algo que terei com o tempo.

Digo aqui a seguinte questão: É muito fácil resolver tudo de forma mais fácil.

O problema é quando fica difícil pr'aquele que teve que concordar. O problema é quando "a ficha cai". O problema é quando se olha toda a paisagem com as cores invertidas, como num negativo de fotografia. O problema é quando se torna um problema; Quando começa a doer, quando você se dá conta do tamanho da droga da ferida.

Mas bem, tenhamos este texto como um desabafo. Um desabafo necessário, repleto de elementos, repleto, repleto! Elementos internos e externos, porque todos, todas as pessoas possuem várias opiniões sobre isso, incluindo a mim.

Mas me refiro a este exato instante. Instante este em que sofro.

Inevitavelmente sofro, e mais uma vez, sofro.

Sofro por submeter-me ao pedido de guardar a emoção e o sentimento, de não poder dizer "Eu te amo", embora essas três palavras fossem desenvolvidas ao longo do tempo de forma crescente, ascendente.

Sofro por submeter-me à negação. Submeter-me ao não, ao fechado, ao não entra, ao não pode, ao não dá.

E digo muito mais. Digo que as mesmas palavras são emitidas como um coro à prestação, um coro que se dá em vozes subsequentes, uma atrás da outra, como um eco.. Não.. não.... não..... não..... Emitidas por sujeitos diferentes que agem de maneira extremamente semelhante.

E mais uma vez eu falo, não adianta. Não adianta ser o supra-sumo, a mulher maravilha, o ó do borogodó, a Gisele Bündchen, a Angelina Jolie, o cara.... Não adianta ser tudo - o que dizem que 'somos' - se agora, neste exato momento em que vos escrevo, estou apenas à companhia de meu deprimido coração. Não adianta ser foda e estar só. Não poder apertar, não poder abraçar, não poder olhar no olho antes de outro primeiro beijo, não poder cuidar nem dizer....

Claro, não esqueço das outras coisas que me consolam - no sentido puro da palavra, aos desavisados que pensarem besteiras, não falo de objetos que são adquiridos em sex shop ou algo gênero (muito embora eles também sejam úteis). Digo, minhas músicas, meus filmes, meus livros, meus anseios, meus sonhos, a minha e unicamente minha forma de ver o mundo e tratar os elementos que nele existem, e todas as outras coisas de que gosto - beleza, ser feliz por mim mesma eu realmente consigo.

Vês, percebe a contradição?

Não dá. E novamente utilizo este termo.

"Ah, mas e fulano que vc não quis?".

De fato, eu tive o direito de não querer... E agora têm o direito de não me querer.

E a pergunta???? Terei que viver assim o restante da vida?

Não tenho - eu - o direito de não querer um, e querer quem me diz que sou o rei da cocada preta e ao mesmo tempo diz que não pode estar aqui?

Não, definitivamente não.

Sim, eu disse "Tudo bem...". Eu disse, é claro que eu disse, e sempre irei dizer.

Mas não. Neste exato instante não está tudo bem, e isso é totalmente perdoável porque não seria normal se realmente continuasse ou estivesse tudo bem.

É o que sinto.

Por menos doloroso que se quisesse que fosse, ele o é.

E principalmente - a sempre 'vítima'. Não, não exija uma fortaleza de mim, pois sou um ser humano como qualquer alienígena que possa existir na poeira cósmica do universo.

Pois muito bem, aliviada me sinto ao dizer tudo isso. E mais uma vez não, não quero gerar polêmicas ou discussões infindáveis.

Em meu espaço, o digo. O digo da forma como quero, o digo da forma como o sinto.

E agora encerro este pequeno e humilde manifesto dizendo: MUITO OBRIGADA!

Muito obrigada por me proporcionarem tanto crescimento, muito obrigada por me ensinarem tanto. Mas acreditem, isso não me satisfaz.

"(...) Eu encontrei e quis duvidar, tanto clichê... deve não ser... Você me falou pr'eu não me preocupar... Ter fé e ver coragem no amor...".

É, são duas coisas que aqui faltam, por minha parte e por parte externa nesta mesma ordem: a) Encontrar; b) Coragem para amar.

Agradeço e aqui fico.

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2 comentários:

Mafuane Oliveira disse...

È exatamente isso que eu sinto: “Sofro por submeter-me ao pedido de guardar a emoção e o sentimento, de não poder dizer "Eu te amo", embora essas três palavras fossem desenvolvidas ao longo do tempo de forma crescente, ascendente.”

Mafuane Oliveira disse...

Lu,
Não tenho resposta para suas perguntas, mas Carlos Drummond diria: “Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.”. Acho que vale a pena ler de novo e gravar que " A dor é inevitável, o sofrimento é opcional ".