quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ENTRE PARÊNTESES E DESPARÊNTESES

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Para os períodos de estiagem:


Entre parênteses e desparênteses, é bem certo que esses dias estão nos fazendo sofrer mais... Poderíamos até analisar a famosa "estupidez daqueles os quais chamamos de humanos.... que por acaso pertencem à nossa mesma classe, gênero, ordem e família"... Queimadas, destruição... morte. É o mínimo que se pode dizer para caracterizar o estado em que nos encontramos... Até meio semestre passado, o Rio Madeira (e que faço questão de escrever com letra maiúscula) estava lindo... Ora estava verde, ora estava azul.... Simples e humilde era o Rio Madeira... estava deslumbrante... Posso dizer também que a Lua (que também me proponho a escrever com letra maiúscula) estava exuberante. Em sua formosa atuação, mostrava-se esplêndida ao anoitecer... E posso falar do pôr-do-sol de Porto Velho... Tão radiante quanto o mar (que por sinal não há por estas bandas daqui)... Tão ilustre quanto o céu que o apanhava... Posso dizer que o pôr-do-sol continua - estranhamente - bonito... mas me dói ainda reconhecer... Tudo se queimou... Virou fumaça e sonho... Até que a chuva volte a banhar este reino... Todos aqueles respeitosos seres que aqui vivem irão sofrer: enfisema pulmonar, amigdalite, gripe, dengue?, fever, dor, sono, angústia, sofrimento... Enfim. Minha garganta está seca... Minha respiração está seca... Minha tosse está seca... E tento sobreviver neste infermo chamado Porto Velho. Neste inferno chamado Rondônia. Neste inferno chamado.... Amazônia. Clamemos! Clamemos por água! Rezemos por chuva! Que soem as tempestades estrondosas por estas terras! Dêem ar puro para pobres trabalhadores! Dêem vida e respiração para as crianças! Dêem amor à vida! Dêem amor à floresta! Dêem amor ao homem! Como já disse Renato Russo, precisamos amar as pessoas, pois o amanhã... como está indo... certamente estará comprometido... O tempo voa... Passamos o dia inteiro correndo contra nosso próprio tempo para conseguirmos nosso próprio pão... E esquecemos que ao nosso lado.... no computador ao lado do seu... há alguém.... E quando você olha no relógio..... As horas passam... E o trabalho continua, e a vida continua.... Vida? Mas que vida? Vida esta em que todos estão dentro de um ônibus (que também contribui para a fumaça), mas todos se encaram como se todos fossem bandidos? Eu... eu sim... Eu tento... sim... me esforço... procuro me esforçar... Tento dar bom dia ao motorista... tento dar bom dia ao cobrador.... Sim... Que eles tenham um bom dia... Pois a vida deles passa diante de suas vistas e eles nem percebem, pois estão [trabalhando] o dia inteiro... a vida inteira.... sim... A vida passa.... quando você menos percebe... A vida passou... Passaram-se não cinco, mas trinta anos de sua existência e o que você fez? (pausa para respirar..) Trabalhou... Trabalhou tanto que se esqueceu de viver... E esqueceu dos seus próximos.... daqueles que já se foram... dos rios... da floresta... das crianças.... A propósito... Criança rima com... Esperança... isso mesmo... Não estou fazendo apologia ao absurdo que se passa na manipuladora Rede Globo chamado Criança Esperança... Mais uma injustiça de nossas vidas... Mas sim... A vida... Ahhh como eu tenho esperança neste mundo! Ahhh... Como eu acredito nas crianças e a elas eu confio o futuro! Você pode até me achar louca... Mas eu acredito... Jamais irei perder a Esperança... Quanto às florestas... O inferno continua... Sei que tudo tem um fim... mas se eu começar... poderei dar uma mudada neste fim... Ainda continuarei a orar por chuva... Urgentemente... Água!


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