sexta-feira, 4 de março de 2011

cousa

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a felicidade
é uma brisa de vento
é uma gota de chuva
é sorrir porque lembrou.

é sentir lá dentro
é dar nó no estômago
não porque é ruim
mas por querer
muito.

são luzes
pequenos fragmentos delas
em todos os lugares
para os quais se olha.

não, espera.
não falo de felicidade.

quer dizer, falo.
mas falo dela que surge
porque outro sentimento
também surge.

mas, esse sentimento
essa sensação
esse negócio
causa felicidade
e dor.

(...)

volto aqui à felicidade.

porque, à parte a dor,
é como a chuva
e banhar-se nela
quando tão desejada.

é como o sol
aquecendo o rosto
num dia bem frio.

é como a noite
que acolhe.

é como a Lua
que observa
e aconselha.
que botas as estrelas
em evidência.
que canta junto.

é como o vento
que abraça e beija,
que faz carinho no cabelo.

é como uma estrela
no brilho do olho.

é como a rua vazia
é como a rua em festa.

num, ela é toda sua,
apenas.
noutro, também.

é sentir tudo.

é tocar
e se dar conta
que é real
que é sólido
que é concreto.

mas,
a felicidade é manifestada
por esses motivos
e, ao senti-la
surge inevitavelmente
a vontade de se fazer tudo de novo.

é estar lado a lado
de mãos dadas.

é olhar pra frente
e ver o possível.

mais ainda,
quando era impossível.

calorzinho no peito.
respiração funda,
ou então,
acelerada.
olhos bem firmes.

é ter certeza.
é sentir, de verdade.

é saber que
embora já se tenha visitado
tantos outros universos,
aquele era totalmente desconhecido.

é um par ímpar.

é um universo
colado em outro.

é estar no mundo
e o mundo ser sentido,
é o mundo ser um palco.

é uma folha em branco,
e um romance pronto
para ser descrito.

é a vida.

e, assim,
presumem-se sentimentos
tão profundos,
tão, tão, tão profundos
que, caso não fossem,
este no sentido da sua
própria existência,
caso não,
não seriam.

não seriam sentidos.
não teriam sentido.
não caberiam.

e não cabem...

.

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